Esta realmente foi mais uma noite de pecados, mas especificamente a gula e por que não a soberba (no bom sentido).
Iniciamos nossa noite com um Poggio di Sotto Brunello di Montalcino 2004, este dispensa comentários. Estava aberto a mais ou menos 3 dias e posso confessar que ficou muito melhor. Ganhou mais experiencia, mas envelhecido e consequentemente mais elegante. Estes poucos dias aberto lhe fizeram muito bem. É um vinho para beber de joelhos.
Depois de provar o que ainda restava do Poggio di Sotto, partimos para o tema do dia… Champagne Vintage!
Louis Roederer Brut 2004, Perlage elegante, consistente, um colar de pérolas bem finas e redondas. No nariz notas de fermento e cítrico. Na boca carnuda, potente e brut na sua essência. Apresenta ainda presença marcante e ao mesmo tempo elegante de uma fermentação malolática. Elaborada com 70% de Pinot noir e 30% de Chardonnay. Passa 4 anos em maturação nas caves e mais 6 meses depois do dégorgement, com o intuito de alcançar uma maturação perfeita. A dosagem está entre 8 e 10 g/l.
Moet & Chandon Gran Vintage 2002, Perlage elegante e consistente. Notas de fruta cítrica no nariz. Na boca mais seca, um leve amargor que não compromete e um toque de abacaxi. Elaborada com 51% Chardonnay, 26% Pinot Noir e 23% Pinot Meunier. Recebeu 92 pontos Wine Spectator.
Drappier Grande Sendrée 2002, Extremamente elegante, perlage fina e com um colar que sobe bem vagarosamente. No nariz maior presença de Pinot Noir. Encorpada, fruta cítrica, noz-moscada, figo e tâmaras Proveniente de um terroir que foi coberto de cinzas após um incêndio em 1838, usa vinhas com mais de 70 anos para elaborar uma champagne 55% Pinot Noir e 45% Chardonnay.
Billecart-Salmon Cuvée Nicolas François Billecard 1998, Já impressiona pelo rótulo. Possui perlage elegante, constante e fina. No nariz puro tostado. No paladar extremamente seca e carnuda. Acreditamos que agradaria aqueles que preferem algo mais para o nature. Uma champagne muito jovem e que promete muito para os próximos anos. Criado em 1964 como um tributo ao fundador da Casa, Nicolas François Billecart. Elaborado com a mistura de grands crus classificados dos vinhedos da Côte des Blancs (Chardonnay) e Montagne de Reims (Pinot Noir).
Resumindo entre as Champagnes elegemos Drappier como a melhor da noite, por ser a mais completa e pronta para beber. A Billecart ficou em segundo pelo fato de ser ainda muito jovem. A Louis Roederer ficou em terceiro por conta de ser a mais fácil de beber, já a Moet & Chandon foi a quarta colocada.
Por fim, para fechar a noite resolvemos abrir mais um tinto, desta vez nada mais, nada menos que um Robert Mondavi Winery Cabernet Sauvignon 1986 Napa Valley. Não espere um vinho “vivo”! Ele com seus 25 anos, já está bem envelhecido. Para quem gosta de um vinho evoluído, estava sensacional! No nariz lembra um Jerez com notas fortes de alcaçuz, seguida de torrado, couro, café, chocolate, caramelo, balsâmico e especiarias indianas. De cor terracota mais clara dá a nítida impressão de um vinho maduro. Não acreditamos em uma guarda maior deste vinho, pensamos que já encontrou o seu auge.
Resumindo quem tiver este vinho desta safra beba, mas de joelhos e agradeça ao Deus Baco por este momento.
Algumas imagens deste encontro…
Último pecado da noite, a preguiça!
tin-tin
Edição: Evandro Silva / Francisco Stredel
Um comentário sobre “Champagnes Vintage (1998 a 2004), Poggio di Sotto e Robert Mondavi 1986, uma noite de pecados…”