Recentemente, no Circuito Brasileiro de Degustação conheci Daniel Marquez, escolhido para ser o embaixador dos Vinhos do Brasil nos Estados Unidos.
Em uma rápida conversa com Daniel, ele declarou que o trabalho dele será o de divulgar o vinho nacional nos Estados Unidos. Num primeiro momento, o mercado da costa leste, da Flórida a Nova Iorque seria o objetivo.
Como sabemos, o mercado americano é muito grande e consumista. Um sonho para qualquer empresa, não é?
Pensando nisso, o Ibravin decidiu por colocar um representante na terra do Tio Sam. A idéia é muito boa, mas qual será o seu papel?
Nesta rápida conversa, entendi que será o de divulgar os vinhos nas grandes redes e prospectar novos mercados. Isso é importante, sim! É, e muito.
Agora imaginamos, fazemos um belo trabalho de divulgação, apresentamos os vinhos Made in Brazil para o consumidor americano, mas como conseguiremos enviar estes vinhos?
Quando se trata de uma vinícola grande, ou seja, meia dúzia no máximo, este trabalho pode e sim ajudar a alavancar vendas e colocar o vinho em massa no mercado americano. É certo que estas empresas têm um arsenal de profissionais e equipe dedicadas ao mercado exterior. Então, elas precisariam disso? Pode ser que sim, seria uma maneira de conseguir vender ainda mais.
Agora voltamos a realidade brasileira, o da maioria das vinícolas. Quantas seriam capazes de enviar seu próprio produto? Ter volume suficiente para exportar? Quantas?
Acredito que poucas. Muito poucas.
Então podemos concluir que meia dúzia de vinícolas representam o país? É óbvio que não.
Este tipo de iniciativa poderia vir com uma outra abordagem, ou seja, que este trabalho chegasse ao nível de apoiar e cuidar da logística destas pequenas vinícolas. Cada uma pagaria por este serviço, taxas de exportação e etc, mas ganharia todo o apoio para por exemplo fechar um volume de envio e passar pela burocrática aduana brasileira.
Precisamos de um Embaixador de vinhos nos Estados Unidos?
Pode ser que sim. Mas antes disso, precisamos fortalecer o mercado interno. Precisamos seguir o exemplo das importadoras, as quais tem realizado um trabalho forte de colocação de vinhos no Brasil e colhendo ótimos resultados com isso.
Beba vinho brasileiro e seja feliz!
Texto e Edição: Evandro Silva
Inteligente e perspicaz análise Evandro! Grande abraço!
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Resposta simples: o mercado foco é o mercado doméstico. Ponto. Iniciativas no exterior não diminuem a atuação no mercado doméstico. Sobre vinícolas de volume limitado atuarem no exterior: vale o mesmo para vinícolas de mesma característica que são importadas para o Brasil; é a mesma estratégia. Recursos envolvidos: parte dos recursos vêm da APEX, os quais só podem ser utilizados em iniciativas de comércio exterior.
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Flavio Pizzato ótima explicação. O intuito é ouvir opiniões e que sempre serão bem vindas! Obrigado por seus comentários.
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