Eu soube da degustação na quinta-feira, dia 15/set, através do blog da Confraria2panas.com, e imediatamente liguei pro Emílio pra fazer a reserva, que em alguns minutos me retornou confirmando a vaga: somente 10 privilegiados participariam desta degustação, que considero muito difícil de ser batida.
Na sexta eu não dormi, parecia criança esperando a hora de abrir o presente! No sábado as horas passavam lentas… almocei ligeiro e fui dormir de tanta agonia que o tempo não passava…. enfim acordei às 17:30h; era chegado o momento tão esperado.
Fui à pé mesmo! Desci a rua de casa imaginado quem iria participar rápido cheguei na Portal dos Vinhos, sendo recebido com uma calorosa saudação e já tinham dois que chegaram antes: meu amigo Dilson era um deles!
Todos já acomodados, começaram os serviços com um espumante nacional e na sequência um CHAMPAGNE BILLECART-SALMON BRUT RÉSERVE, “pra limpar a serpentina!” – como disse o Emílio.
O grupo decidiu pela prova às cegas, e os quatro grandes vinhos foram milimétricamente repartidos na taças e servidos um a um, após 1,5h no decanter.
O primeiro vinho tinha uma explosão de aromas: coco, chocolate, baunilha – aportados pela passagem por barrica; e iniciou-se uma discussão se seria o BRUNELLO DE MONTALCINO RISERVA 2004 POGGIO DI SOTTO ou o VEGA SICÍLIA ÚNICO 1998. Poucos associaram a acentuada acidez, característica dos vinhos do Douro em Portugal: somente no final descobrimos que era o BARCA VELHA 2000, da Casa Ferreirinha, maturado por cerca de um ano a um ano e meio em vasilhas de madeira (225 litros) de carvalho francês. Uvas: Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Roriz e Tinta Cão. A Fátima esclareceu que foram feitos apenas 16 safras nos 59 anos de existência!
O segundo vinho, com sua coloração vermelho granada, característica do envelhecimento em garrafa, indicava fortemente a idade, ou seja, minha aposta foi no VEGA SICÍLIA ÚNICO 1998, q qual se confirmou no final. Este espanhol é realmente único, uvas: 90% Tinto Fino (tempranillo) e 10% Cabernet Sauvignon das videiras mais antigas, da região de Ribeira Del Duero (o mesmo Rio Douro de Portugal). A bodega, exclusivamente para o Único, possui uma tanoaria (fábrica de tonéis/barricas de carvalho) dentro da vinícola. Este vinho leva 10 anos para ficar pronto para ser comercializado.
O terceiro vinho surpreendeu à todos pela sua elegância, harmonia e perfeita combinação de aromas animais, detectados pelo Dr. Eduardo. A sua majestade foi uma unaminidade entre os felizardos: era o CHÂTEAU MARGAUX 1999. Uvas: 75% Cabernet Sauvignon, 20% Merlot, 3% Cabernet Franc e 2% Petit Verdot (corte bordalês). Guarda indicada: 25 anos. Dispensa apresentações e comentários. Este Premier Grand Cru Classe é um dos 5 tops de Bordeaux, França. Na Expovinis deste ano eu havia degustado o Mouton Rothschild, agora só faltam 3: Château Lafite-Rothschild, Château Latour e Château Haut-Brion.
O último serviço foi o BRUNELLO DE MONTALCINO RISERVA 2004 POGGIO DI SOTTO. Este belo exemplar dos grandes vinhos italianos, eu já tinha provado no evento Benvenuto Brunello 2011 – este é o “ano da Itália no Brasil”. É produzido com 100% de uvas Sangiovese, apenas em anos excepcionais para a colheita. Com 22 anos de idade, esta vinícola já produz um dos 3 melhores Brunellos do mundo, com baixíssima produção. Infelizmente eu não consegui identificá-lo corretamente, pois estava convicto que era o primeiro vinho servido, tenho que beber mais na viagem pra Toscana no próximo mês.
Passamos então a classificação dos 4 néctares da noite, e o resultado geral foi:
• 1º lugar: Margaux,
• 2º lugar: Brunello,
• 3º lugar: Barca Velha e
• 4º lugar: Veja Sicilia.
Para nossa surpresa, os anfitriões Emílio e Fátima nos brindaram com um CHÂTEAU DOISY-DAËNE SAUTERNES 2005, acompanhado de Croccantino allo Strega. Este Sauternes recebeu 91 pontos de Robert Parker e foi produzido com as uvas: 70% Semillon e 30% Sauvignon Blanc.
Hora de pedir a conta e ir sonhar feliz? Ainda não… para oficializar o encerramento desta tarde/noite maravilhosa degustamos a “saideira” com VIN SANTO DE SAN GIMIGNANO 2004, do Poderi Del Paradiso com o tradicional biscoito italiano de amêndoas – cantuccino.
Que venha a próxima degustação: Barolos!
Tim Tim!
Autor: Dom Tiburcio (com descrições dos vinhos de Fátima Santoro).
Edição: Evandro Silva / Francisco Stredel