Francisco, comerciante de especiarias e amante de vinhos. Sempre que viajava a trabalho, trazia em sua mala poucas, mas bem selecionadas garrafas. Tinha uma adega de respeito, e já havia provado muito vinho bom.
Desta paixão, conheceu Vitória, uma pequena produtora que vivia aos arredores de Logroño.
Atencioso, educado e cavalheiro eram uns dos atributos de Francisco, porém a timidez, era o seu maior problema.
Vitória já era bem diferente. Apesar de nascida e criada no interior era extrovertida e bem comunicativa. O trabalho lhe exigia isso, pois o contato com o público, era cada vez mais freqüente no seu dia-a-dia.
Os dois se encontraram em uma degustação de uma loja de vinhos na cidade de Haro.
Francisco provou primeiro os brancos e prometeu a Vitória que voltaria a sua mesa para provar os tintos, após degustar os brancos de outros produtores.
Vitória não acreditou muito, mas tinha esperanças que ele voltasse.
Ele voltou, e Vitória ficou mais pálida que o Viura servido ali na mesa.
Eles conversaram pouco, trocaram cartões e Francisco se foi.
Ficou no ar aquele gosto de quero mais, de se reencontrar.
Ao final da degustação, Vitória descobre um porta cartões perdido em meio a bagunça de sua mesa. Aliás, organização faltava um pouco a ela, mas sua simpatia, beleza e carisma compensavam todo o resto.
O porta cartões em questão era de Francisco. Atrapalhado como sempre, acabara por esquecer.
Vitória não pensou muito e logo ligou para Francisco, com a intenção de devolver-lhe o que havia esquecido.Por sorte, Francisco ainda não havia partido, então os dois se reencontraram, se conheceram e combinaram de se ver em breve.
A partir dai os encontros eram constantes, Madri, Logroño, Logroño Madrid. Os encontros começaram com menos freqüência, mas necessidade de se ver só aumentou, e passaram a se encontrar mais vezes.
Até que um dia surge uma questão:
Quando estas vidas irão se juntar? Até quando ficarão nestas idas e vindas de estação em estação?
Isso fará parte da próxima página desta história de amor…
Um brinde aqueles que riem e que choram a cada estação, que esperam o reencontro e que sempre levam consigo um pedaço do coração.
Texto e Edição: Evandro Silva