A importância de se conservar bem o vinho

Sei que pode estar se perguntando, mas este tema de novo? Não parece ser repetitivo? Não sei, mas diante de 2 vinhos que vi esta semana me propus a escrever esta nota. Sábado passado estávamos entre amigos e um deles resolveu abrir um Rioja Roble 2003, o vinho em si é muito bom, mas este não. Após 8 anos da safra o vinho não suportou o tempo, estava um verdadeiro vinagre, uma pena. Deste episódio o dono do vinho tirou a lição de que não adianta guardar por muito tempo se não tem potencial de guarda. Mas como saber se um vinho tem ou não este potencial? Uma das dicas é a famosa “litragem”, ou seja, com o tempo você vai adquirindo experiência e noção de quanto um vinho pode agüentar. Outra dica boa é ter mais de uma garrafa e ir tomando de tempos em tempos para analisar a evolução do vinho. Uma última para aqueles que estão começando e não tem paciência ou tempo para se preocupar com isso, é procurar uma loja especializada com um profissional de confiança que possa orientá-lo. Em particular tenho uma regra pessoal para guarda, vinhos que não tem nenhuma denominação (Reserva, Gran Reserva, etc.) eu guardo no máximo 4 anos quando muito. Já os que tem uma denominação Reserva, Gran Reserva, Gran Cru e outras, eu procuro pesquisar um pouco sobre o vinho, a safra e o produtor. Com as informações em mãos, determino um tempo que acredito ser suficiente. Não se pode acertar sempre, pois há vários fatores que podem comprometer o tempo de vida de um vinho, um deles se não o mais cruel de todos é a temperatura. E é sobre ela que vou falar agora.

Ontem estava em uma padaria perto de casa quando percebi que havia um vinho diferente. Pedi para ver e era um Palácio da Bacalhôa 2003. Fiquei surpreso por ver aquela garrafa ali e ao mesmo tempo decepcionado por vê-la debaixo de uma lâmpada. Como era de se esperar a garrafa estava quente, imagine só, como estará o vinho? Só por curiosidade perguntei o preço, R$180,00. Nossa! Foi a minha expressão ao ouvir o preço. Sinceramente não sei quanto custaria uma garrafa do Palácio da Bacalhôa 2003, mas nas condições que estava já não vale nada. Bom, fiz meu papel, recomendei que não vendessem o vinho pois estaria estragado e teriam problemas. Agora cá para nós, vocês acham que eles vão fazer isso? Certamente que não, mas vou passar por lá para conferir…

tin-tin

Edição: Evandro Silva / Francisco Stredel


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