Espanha – Diário de Bordo 4º dia, Rioja uma experiência única! (por Evandro Silva)

Sinceramente não sei por onde começar. Foram tantas surpresas e momentos únicos que é até um pecado eleger o que de melhor fizemos hoje. São muitas coisas que contar, mas vou tentar resumir bem o dia, pois o objetivo aqui é fazer um pequeno diário de bordo. Já que tenho que começar, então será pelo começo.

Logo pela manhã saímos com Raquel das Bodegas Ontañón e fomos conhecer algumas de seus vinhedos. No caminho nos contou que Rioja tem 7 Vales onde se planta videiras, mas nem todos podem receber a DOC (Denominação de Origem Controlada). Depois de percorremos um bom tempo na estrada, chegamos aos vinhedos e encontramos algumas videiras com mais de 100 anos, acreditem!


Videira com mais de 100 anos

Provamos nas videiras as uvas Garnacha e Tempranillo. A primeira me pareceu ter um pouco mais de tanino, a segunda (Tempranillo) é doce tal como a primeira, só que mais suave. Eu sou suspeito para falar de tempranillo pois esta entre os vinhos que mais aprecio. Como estávamos ai no meio dos vinhedos, a Raquel aproveitou e nos mostrou as diferenças das folhas entre Garnacha e Tempranillo, mas isso é assunto para outro post. Depois fomos ao seu povoado de origem, um lugar chamado Quel (nome de origem árabe) com uma população de cerca de 1000 habitantes. Um lugar simples, mas bonito. Com uma parede de rochas onde em uma delas há um castelo.


Prefeitura de Quel e a rocha ao fundo.

Fomos mas ao campo no Vale Tiraco e visitamos outras vinhas de Ontañón. Neste momento nos paramos para apreciar e respirar a natureza daquele lugar. A Raquel é uma amante daquele lugar e com razão pois é muito bonito, uma preciosidade. Já saindo da cidade passamos por umas bodegas subterrâneas de mais ou menos 200 anos. Conhecemos ai todo o processo antigo de vinificação.


Bodega subterrânea

Quando já estávamos cansados e claro com fome, Raquel preparou para nós uma grande surpresa. Um almoço privado no restaurante da vinícola que só é utilizado em eventos. Já na mesa Raquel, Emilio e eu. Conversamos muito sobre vinho, cultura riojana, comendo e bebendo um belo exemplar de Rioja o Ontañón Reserva 2004. Dentre o que comemos uma coisa me chamou a atenção pela raridade, os tomates frescos. É mais carnudo, um pouco mais doce, menos semente, sinceramente é diferente. Para a nossa sorte parece que só aparecem por duas vezes ao ano e tivemos a sorte de estar aqui. Aliás, que sorte! Fomos agraciados com os manjares dos Deuses. Desde a entrada ao prato principal, tudo realmente divino. Parabéns ao chef que preparou este banquete para nós, como disse Emilio “estupendo!”. Ficamos sem palavras diante de tantas delicias preparadas pela chef. É até injustiça dizer qual era a melhor, mas seguramente comi todas mais uma vez. Claro não podia deixar de lembrar a presença de Elisa Lacalle (responsável por comunicação) em nosso almoço. Quando já pensava que nada mais me surpreenderia é que chegamos ao apogeu! Nos foi servido um sorvete de vinho tinto. Podem pensar e dai? O que tem de mais num sorvete de vinho? É que este é especial. Tem uma capa branda que parece uma gelatina toda coberta de vinho, por dentro é cor creme e conforme vai comendo percebe que tem recheio de chocolate derretido. Vou confessar a vocês, não sou fã de sorvete mas foi uma das melhores sobremesas que comi na minha vida.


Sorvete de vinho

Voltando aos vinhos, fomos ao Dinastia Vivanco Museu da Cultura do Vinho. Dinastia Vivanco é uma Bodega que tem uma sede das mas lindas que vi em Rioja. Ao lado abriga um museu do vinho. Se vier a Rioja ou a região é um lugar imperdível. Lá se pode conhecer toda a história do vinho desde sua origem até os processos de vinificação. Há um grande acervo de equipamentos usados na vinificação. Outro ponto alto do museu são os vídeos da vinificação e dos processos de fabricação da barrica e rolha. E para quem gosta de arte também há quadros e obras. Outra grande curiosidade do museu é a seção só de saca-rolhas, há de todos os tipos e países. Por fim pode-se tomar uma taça de um vinho crianza e apreciar o belo lugar. Há também um loja e tudo isso sai por um pouco mais de 7 euros.


Obra de arte na entrada no museu do vinho.

Na noite fomos comer tapas na companhia de Maria Gomez (Departamento Comercial). Olha melhor companhia não podíamos ter, é bem divertida e conhece a todos. Hoje realmente foi um dia muito especial e só temos a agradecer as Bodegas Ontañón e a Raquel por nos proporcionar tão gostosos momentos. Até o próximo post!

tin-tin
Edição: Evandro Silva / Francisco Stredel

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