Não tenho costume de falar sobre restaurantes que o tema não seja vinho. Este em específico me senti na obrigação de falar. O Mocotó é um restaurante nordestino instalado na zona norte de São Paulo. A história começa em 1973 com uma casa do norte, uma bar em 1974 que servia mocotó e as iguarias do do nordeste, até que em 1979 encerraram as atividades de empório e dedicaram-se a servir refeições. Recebeu diversos prêmios como melhor cozinha brasileira de algumas revistas especializadas no assunto.
Me senti na obrigação de falar sobre este restaurante, afinal sou filho de nordestinos e como diz um grande amigo meu:
“Se o gato der cria no forno, nasce o que? Pãozinho? Não né, nasce gato”
Então filho de nordestino, nordestino é!
Sou um grande amante desta culinária e tenho um bom conhecimento. Sempre que passava férias na casa dos avós e tios, provava e muito cada comida típica da região, além da diversidade de frutas que aqui no sul encontramos com raridade.
Bom, chegou a hora de falar sobre o famoso Mocotó da ZN (Zona Norte) como chamamos aqui em São Paulo. O lugar é lotado, mas imagina isso e multiplica por dois. Pessoas se acumulam nas calçadas de ambos os lados da rua, esperando sua vez, petiscando e bebendo algo. Nos foi recomendado chegar cedo no domingo e a meu ver chegamos. Por volta das 12h15 num domingo chegamos ao local, mas de nada adiantou, a fila era imensa e a espera de 2h30 para comer. Não queríamos perder viagem, pois para mim, que moro na zona sul ir até lá é uma viagem. Então decidi disputar um pedacinho do balcão e ali mesmo provar tudo o que meu estômago permitisse.
Começamos com uma caipirinha de siriguela, fruta típica da região, pequena, lembra um pouco uma mini-manga, mas o gosto e a textura nada a ver. É uma delícia e a caipirinha também, recomendo!
Depois partimos para nossa orgia gastronômica e pedimos um chips feito de mandioca, uma delícia! Para completar um mini-escondidinho de carne de panela, que também é muito bom.
Pedi também o famoso caldo de mocotó, para quem não sabe mocotó é a base do tutano do osso da pata do boi. Uma verdadeira iguaria apreciada por poucos que tem coragem. É recomendada principalmente no inverno, pois dá sustância e energia. Este era questão de honra, pois adoro este caldo e pedi o meu acompanhado da excelente farinha nordestina. Comer é simples, basta ir colocando um pouco de farinha por cima do caldo e aos poucos ir saboreando com uma colher. Sinceramente este que provei achei meio “gourmet”, um pouco sem cor e faltou aquele gosto mais forte puxado para o caldo de carne de panela. Igualmente o sabor é bom.
Continuando, pedimos dadinhos de tapioca. Nada mais que um queijo de coalho e tapioca, misturados com molho de pimenta agridoce. É bom, mas eu recomendaria o verdadeiro que é servido com melaço, este sim é uma delícia.
Depois pedimos a tapioca de carne de seca. Esta realmente não me agradou muito. Sei que a tapioca sempre teve variações no seu recheio, isso sempre depende da criatividade de quem esta fazendo. Achei que tem muito queijo e uma mistura que no cardápio diz ser mandioquinha que torna ela “pesada”. Ao meu ver deveria ter apenas carne do sol, um pouco que queijo e manteiga de garrafa.
Para finalizar esta nossa orgia gastronômica pedimos os famosos escondidinhos. Tinha gente que estava conosco só para comer isso! Bom fui provar o tal escondidinho de carne seca. É bom, mas é muito grande, uma refeição. Infelizmente não tem mini porção dele, mas deveria. Para os vegetarianos de plantão, há uma opção de escondidinho de queijo de cabra e legumes. É igualmente grande, mas como é preparada desde o inicio na hora, vale a pena pedir que coloquem mais legumes e menos queijo.
No geral gostei e voltaria lá para sentar numa mesa tranquilo e provar outros pratos. Só não sei se chego para o café da manhã ou no final da tarde para a jantar, pois ao meio dia de domingo quando abre, é uma missão quase impossível.
Saúde!
Fotos e composição: Janice Prado Fotografia
Edição: Evandro Silva
Fiquei com água na boca
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Que arretado!!!
Olhando as fotos, dá vontade de dar uma passada por lá…mesmo morando em Recife, não seria louco de desprezar os prazeres da vida…só resta saber se eles tem aquela pimentinha para os pratos mais “light” assim como mocotó, sarapatel, buchadinha e por aí…vou deixar o nome deste lugar na minha agenda…quem sabe não aparece uma oportunidade de conhece-lo…abraços.
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