Hoje não fui a Vinexpo, resolvi aceitar um convite da Ana Luísa Torres (Vinhos Vivos) e conhecer uma vinícola na famosa região do Loire. Saí logo na hora do almoço e percorri quase que intermináveis 360kms de Bordeaux à Vouvray. Foram aproximadamente 3h40 de carro e sem parar…
A escolhida foi a Domaine Huet L´Echansonne, que produz vinhos biodinâmicos com Chenin Blanc provenientes de seus 35 hectares, distribuídos por três propriedades principais: Le Haut-Lieu, Le Mont e Le Clos du Bourg.
Chegando a vinícola conheci Benjamin Joliveau. Ele me contou um pouco sobre suas vinhas, processo de produção e me levou para conhecer sua vinícola. Logo no início Benjamim me mostrou as barricas e explicou todo o processo de fermentação utilizado por eles. Depois fomos conhecer as cavas e conversar sobre todo o processo de elaboração dos brancos e espumantes. Sinceramente nunca havia visto uma cave tão rústica e bela ao mesmo tempo. São vários túneis que se interligam um ao outro, segundo Benjamin os túneis tem idades distintas e foram unidos de acordo com o tempo. Por mim se não fosse o frio do subterrâneo, ficaria horas ali namorando aqueles vinhos e curtindo a paz daquele lugar.
Quando pensei que havia visto tudo, eis que entramos em uma cava com vinhos muito antigos, alguns datados de 1937.
Tenho que confessar uma coisa, foi triste sair daquele lugar. Queria ficar mais lá, mas eu tinha compromisso e Benjamin o seu trabalho na vinícola.
Depois deste emocionante passeio, fomos para a degustação. Neste momento pude provar e descobrir o que de tão mágico poderia sair daquele lugar.
Começamos com os espumantes Vouvray Pétillant Brut 2005 e o Brut Reserva 2002. Depois partimos para a linha Sec 2010, onde provei de 3 terrois diferentes: Le Haut-Lieu, um vinho bem refrescante, frutado e leve. Aquele vinho para beber na piscina com os amigos. O Le Mont, que pode acompanhar um pescado mais leve. O Clos Du Bourg, que é mais gastronômico e o que mais gostei desta linha.
Provei também as safras 2007 e 2008 do Demi-Sec Le Mont. Ambas muito boa, mas a 2008 é mais meu estilo. Percebi logo de ínicio nestes vinhos uma equação muito bem resolvida entre acidez e residual de açúcar. Parece que a vinícola encontrou o ponto certo.
Subindo gradativamente a gama de vinhos, provei mais uma pequena vertical 2008 e 2009 do Le Haut-Lieu Moelleux. Neste caso o 2009 me agradou mais. O que também aconteceu quando provei a linha do Clos Du Bourg Moelleux Première Trie. O 2003 apesar de estar mais pronto, gostei da potência e da promessa da safra 2009. Aliás levei uma para casa!

Bom, o dia acabou por aqui! Apesar do cansaço pelo tempo de viagem, posso dizer que cada sacrifício valeu a pena.
Se for a região do Loire, não deixe de conhecer esta vinícola.

Algumas imagens do dia…

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tin-tin

Edição: Evandro Silva/Francisco Stredel