Château Pétrus 1997, provei o mito durante 2 dias!

Como começar um post para falar que finalmente provei um Château Pétrus?
Vou iniciar contando um pouco da história deste vinho e como ele se tornou um mito.
Proveniente da região de Pomerol em Bordeaux na França, este vinho não tem nenhuma classificação oficial de “Grand Crus”.
Mas como se tornou tão famoso, cobiçado e caro?
A primeira vez que se destacou foi em 1878, quando ganhou medalha de ouro no concurso internacional em Paris. Depois teve destaque após as excepcionais safras de 1945 e 1947. Mas somente na década de 60 que ele ganharia fama, quando chega a Nova Iorque no restaurante Le Pavillon e é servido ao magnata grego Aristóteles Onassis. Depois deste dia, o Pétrus se tornou símbolo de status.

Hoje em dia para se ter uma idéia toda sua produção é comprada em “primeur”, ou seja, investidores e colecionadores compram o vinho no próprio ano para envelhecer e obter mais valor. No Brasil encontrei preços entre 7 mil Reais à mais de 20 mil Reais numa garrafa. Em preço é comparado ao Romanée-Conti da Borgonha.

O Pétrus sem dúvida é um dos vinhos mais caros do mundo, mas é o melhor?
Como é produzido esta jóia?
O grande segredo deste vinho esta no seu vinhedo de pouco mais de 11 hectares. Solo argiloso e calcário onde predomina a casta Merlot, tem sua vinificação praticamente igual desde o século XIX. São utilizadas vinhas com cerca de 45 anos que são renovadas quando atingem os 70 anos. Passa geralmente de 22 a 28 meses em barricas de carvalho novo e pode dependendo da safra receber 5% de Cabernet Franc. Tem produção na média de 30 mil garrafas ano.
A safra de 1997 por exemplo foram produzidas menos unidades que em anos mais abundantes, mas traz um vinho mais concentrado e com graduação alcoólica de 13,5%.

Bom, chegou a hora! Vou primeiro contar-lhes como cheguei até o vinho. Um amigo possuía esta garrafa e nos convidou para provar-la em um grupo de 6 pessoas. Nos juntamos a mesa e de entrada abrimos uma Champagne Drappier Rosé que levei, aliás me fascina este champagne. Depois de um tempo no decanter, fomos provar o mito.

Traz uma cor rúbi bem opaca.
No nariz notas de caramelo, baunilha, fruta negra madura, cassis e café bem presentes.
Na boca brinda-nos com um vinho redondo, estruturado, corpo médio e com notas de cassis e bastante café. Um vinho fácil de ser apreciado.

Esta safra recebeu as seguintes notas nos anos:

Robert Parker
1998 92-94
1999 92-94
2000 91

Wine Spectator
2004 92
2000 90

O que achei?

Bem provei este vinho por 2 dias, praticamente não mudou em nada. Li nos sites acima uma indicação para provar-lo entre 2006 e 2025. Se por um milagre divino tivesse duas garrafas, abriria uma em 2015 e outra em 2020 no máximo. O vinho tem boa estrutura, mas não diria que aguentaria muito, a não ser que o seu gosto seja para um vinho mais “velhinho”. Eu preferiria beber no auge, mas sinceramente não sei se ele ainda encontraria este ponto. Acredito que este vinho nesta safra é assim!
Resumindo um vinho muito bem feito, aliás perfeito. Tâninos, maciez, tudo na medida certa.

Infelizmente não trouxe aquele algo a mais que eu esperava. Já provei outro grande vinho que me emocionou mais, este não.
Quando se prova um vinho como este, espera-se que te toque o coração, que haja uma conexão entre você e ele, que vá de uma paixão à um caso de amor em minutos.

Mas valeu, posso dizer um dia que provei o grande mito, um Pétrus!

Petrus1997

tin-tin

Edição: Evandro Silva

8 comentários sobre “Château Pétrus 1997, provei o mito durante 2 dias!

  1. Gostei da sinceridade. Parabéns por não se impressionar apenas com o nome do vinho, isto demonstra que você tem conhecimento.

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  2. Sim concordo, este é um dos melhores vinhos do mundo? Mas será o melhor….? Tenho duvidas!
    Uma questão :
    Petrus, não é um chateux?
    Boas provas.
    Paulo

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